Você sabe quais os benefícios comprovados da música para pessoas autistas?
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Danielle Filippone, enfermeira de 36 anos no Staten Island Hospital, em Nova Iorque, contou à Forbes que tem uma forma única de se comunicar com seu filho autista de 8 anos de idade: ela canta para ele. Os benefícios desse ato são sustentados por uma série de pesquisas, como a publicada no periódico “Frontiers in Integrative Neuroscience” (ou “Fronteiras em Neurociências Integrativas”, em tradução literal), em 2013, que propõe que intervenções musicais melhoram interações sociais em crianças autistas. A exposição rítmica, segundo a pesquisa, pode melhorar o funcionamento sensório-motor e promover ganhos na cognição, comportamento, habilidades sociais e comunicação.
Mais recentemente, novos estudos de neuroimagem publicados em 2018 demonstraram que a participação em atividades musicais aciona uma rede multimodal de regiões cerebrais envolvidas na audição, movimento, emoção, prazer e memória. No entanto, ligação direta entre os efeitos da música e mudanças no cérebro ainda necessitam ser demonstradas.
Retomando a história da enfermeira Filippone, ela contou à Forbes que quando seu filho tinha 18 meses parou de dizer “mamãe” e de tentar falar palavras. Ao invés, passou a gritar e se comunicar por grunhidos, bem como andar nas pontas dos dedos dos pés e girar em círculos. Quando completou 2 anos de idade, ele foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A comunicação com seu filho passou a ser verdadeiramente desafiadora ao ponto de, em dado momento, os dois se verem aos prantos. Filippone, então, passou a adotar o canto como uma tentativa de consolar a si e a seu filho. “Algo lindo aconteceu. Eric olhou-me diretamente nos olhos. Foi um momento de conexão espiritual que eu não sentia desde que o segurei em meus braços no hospital. Desse momento em diante, todas as nossas atividades passaram a ter uma música”.
Todos os momentos na rotina de Eric e Danielle Filippone, da refeição à hora de dormir, se tornaram musicais. A enfermeira descobriu que Eric passou a responder quando chamado se ela cantasse pelo nome dele e, eventualmente, o menino passou, até, a acompanhá-la na cantoria, formando novas palavras e movimentando sua boca de formas únicas e diferentes. Ele completa nove anos este mês, atualmente é verbal, ama quebra-cabeças e dinossauros.
Fonte: Forbes

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